sábado, 14 de novembro de 2009

Viagem nas tuas viagens. V. (Afinal o sonho já existe)

Tenho receio de estar tão perto de ti porque receio o quão longe poderei estar. E poderá passar muito tempo, tanto tempo como o da mudança das cores destas árvores, até o vento despi-las de folhas e elas mostrarem-se no seu esqueleto escultural. Tal como eu, ficarão nuas. Já estou nu, mas o meu sonho por ti cobre-me o corpo de partículas que não conheço o nome.
Eu estudo ciência, mas não posso meter-te num frasco, como a tal lágrima, para examinar-te e saber como fazes reacção. Quero a tua reacção dentro de mim para que possa navegar até ao fim do mar e descobrir onde pára o mundo, em mim, em ti, em nós.
Também viajaste comigo, uma vez, e nas minhas fotografias beijo-te a face, atrás do olho que ama-te. Mas o teu amor já é dado e eu não terei uma hipótese para além desta fotografia, onde resplandeces como uma centelha? Poderá ele escrever-te assim, descrever-te como um coro angelical que canta dentro de mim? Poderá ele ser eu, por um dia, para que possa dizer-te que amo-te, as vezes que quiser sem medo de ferir-te a razão?
Não sei como continuar…assim. Sem nada que te dê, a não ser a minha bondade e o meu amor guardado dentro da minha boca, para que não te destrua com a nossa hipótese. Se assim quiseres...

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