Inclinei-me e desejei ser parte deste chão espectral que me fez lembrar a visão de Ofélia, de olho aberto debaixo de água, a guardar a sua tormenta na frescura das água. Apalpei um pouco de neve e o túmulo destes ramos e folhas tão graciosas e ligeiras, expectantes e paradas na esperança das primaveras, onde possam ser muitas cores. Por enquanto, apaziguam-me com o seu jogo de movimento embalsamado. Ainda bem que não há invasores e só um olhar que soube distinguir, de toda a brancura, este fragmento inquieto de vida congelada.
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