quarta-feira, 1 de abril de 2009

Monte Saint Michel


Não é como o rio que deita-se aos pés da cidade, em jeito de mulher, com as curvas sensuais de outras conquistas e de novas esperanças. Também há névoa que dissipa o olhar e faz-nos ser como criança gulosa que não cessa de procurar o doce escondido no armário alto a que não se chega. Mas o sol rasgará o véu de mistério opaco e desvendará outra forma de ser e de estar, inclinado sobre o monte, a apontar o céu com a ponta de um anjo dourado. A névoa afastar-se-á, como agente culpado, e o monte será ainda mais belo.

No cume da pequena caminhada, resguardada pela sombra dos prédios baixos, o mosteiro pinta-se de luz dourada, curiosa salvadora entre as frestas de vitrais. O claustro centraliza a harmonia da abertura, com seus arabescos discretos de misterioso jardim.
Há uma sensação de reencontro entre forças que não se conhecem, mas que não se combatem…entre corpo e alma que se comunicam…

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