domingo, 24 de janeiro de 2010

Réplica

Existirá algures uma réplica de ti ou serás tu gente em jeito de estátua? Não acho-te em estátua, sabina raptada aos seus amores, tão maior que os homens que te agarraram, mas não te alcançaram. Talvez que a tua réplica tenha mais talento para andar ou que não se deixe confundir em lendas. Talvez que a tua réplica encante sem cantar, como cantavas por aí, sem encontrares os ais que te entoassem um fado certo. Acho-te feita de ventos que sopraram contra os cabelos dos homens que queriam fazer-te mal. Mas não houve salvação e os teus braços inacabados de esperança guiaram-te até uma mão que não soube puxar-te.

Existirá algures uma réplica de ti, com o peito a resplandecer de força e de aves brancas que levantam voo, quase também a levar-te? Mas o peso de pena não conseguiu vencer a brutalidade de mãos de ferro, inadequadas para asas.

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