terça-feira, 27 de julho de 2010

Que imagem trago eu de mim? E que imagem trazes tu reflectida de mim? Como deverás tu ler-me na ignorância que tenho de mim? Saberás coisas de mim que desconheço. Talvez que pintasses um quadro com as cores que dizes que eu tenho e eu finalmente acreditasse que as tuas palavras são reais, como algo que eu pudesse pegar e somar o peso. Saberás os meus defeitos com mais pormenor, mas aí eu desmentirei para manter a cortesia da batalha de caracteres. E mesmo assim te apercebas que minto. Ou espero que saibas que quando te minto é porque mantenho a cortesia que sugere a distância e que, no fundo, o que me apetecia era rasgar em beijos contigo e pensar que o meu amor poderia voltar.

Que sensação agonizante me dá o silêncio, o silêncio desta escrita sem leitor, o silêncio do meu grito no escuro, o silêncio do bater do meu coração junto à minha boca ou o silêncio da música que repete tantas vezes que já não sinto-a na camada de som real.

Não quero este silêncio. E, mesmo que o meu amor não volte para mim, eu posso continuar a pensar que sim. Para que, ao menos, não haja silêncio.

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