terça-feira, 9 de novembro de 2010

Escrita em tempo real

O rio passa lá ao fundo e os barcos encenam corridas acima do horizonte do casario. O som que choca em mim parece-se com o som das ondas. E as estátuas aparecem em bicos de pés. As máquinas lavam a rua e as sirenes não podem desligar as sirenes. Há muito desastre a acontecer por aí.
Na ponta da grua, uma luz vermelha pisca incessantemente, com medo de esquecer-se da altura. Consegue estar acima da altura da estátua. Esta tenta agarrar o céu, o céu que guarda a memória.
Há isto e um pouco mais. Há o prédio que sustenta estas palavras. E ainda há os outros prédios que sustentam o quadro.
Existe a moldura e, por dentro, algo que ainda desconheço, mas que pressinto como a paisagem nocturna.

Sem comentários:

Enviar um comentário